segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Momento citação da semana

É mais fácil cultuar os mortos que os vivos,
mais fácil viver de sombras que de sóis.
É mais fácil mimeografar o passado
Que imprimir o futuro...

Não quero ser triste como o poeta
que envelhece lendo Maiakóvski na loja de conveniência.
Não quero ser alegre como o cão que sai a passear
com o seu dono alegre sob o sol de domingo.

Nem quero ser estanque
como quem constrói estradas e não anda!
Quero no escuro
como um cego tatear estrelas distraídas!
Quero no escuro
como um cego tatear estrelas distraídas...

Amoras silvestres no passeio público,
Amores secretos debaixo dos guarda-chuvas!
Tempestades que não param: pára-raios! Quem não tem?
Mesmo que não venha o trem não posso parar!
Tempestades que não param: pára-raios! Quem não tem?
Mesmo que não venha o trem não posso parar...

Veja o mundo passar como passa uma escola de samba que atravessa!
Pergunto onde estão teus tamborins?
Pergunto onde estão teus tamborins?
Sentado na porta de minha casa,
a mesma e única casa, a casa onde eu sempre morei...

(Minha Casa, Zeca Baleiro)