domingo, 7 de junho de 2009

Pode ser bom às vezes

Costumo ter uma birra com adaptações de músicas. Normalmente, eu me acostumo tanto com a primeira versão que conheço, que as adaptações (ou originais, no caso de eu ser apresentada primeiro à releitura) me dão calafrios.
Mas tem exceções. Um compositor que, na minha opinião, faz adaptações fantásticas é o Nico Nicolaiewsky. Meu voto de melhor releitura dele vai para a versão feita para Comida, do Titãs, pra qual eu infelizmente não achei nenhum link. Mas essa versão que ele fez de Ana Julia, do Los Hermanos, já dá uma idéia do que eu quero dizer. O que vale é que as releituras valem a penas quando elas proporcionam aos que estão ouvindo, realmente, uma re-leitura (ahn ahn ahn?). Não, não é tão redundante assim. O que eu quero dizer é que vale a pena ouvir uma segunda versão de uma música qualquer, quando essa segunda versão te faz ler a música em uma língua que ainda não tinha passado pela tua cabeça. Como é o caso dessa Ana Julia. Ela nasceu pra ser top 5. desde a primeira semana, as pessoas eram obrigadas a ouvir a bendita umas 10 vezes ao dia, mesmo que não quisessem. Em pouco tempo ela virou uma daquelas músicas pé no saco, que de tanto ouvir, ninguém presta atenção nenhuma. Aí vem alguém, pega a música na mão, dobra aqui, aperta ali, espicha lá do lado, e voilà: temos uma peça completamente diferente, que depois de anos de melodia decorada, nos faz voltar a prestar atenção no que estamos ouvindo. E percebemos que atrás da música, existe uma letra afinal de contas.
Pensei nisso porque ouvi essa versão que o Zé Ramalho fez para O que é o que é? (Gonzaguinha). Sim, é velha, provavelmente só eu ainda não conhecia, mas enfim. O que é o que é? já é um ícone por natureza, e nunca achei ruim, muito longe disso. Mas de tanto ouvir, ela pra mim já era tão normal que eu mal me lembrava do que dizia. E essa versão mostrou a mesma letra de um jeito completamente diferente. E um jeito genial, diga-se. Como não poderia ser diferente, vindo de quem veio.