domingo, 11 de novembro de 2007

sobre raposas e principes

pois esses dias me peguei cantarolando uma musica do guns n' roses antes de dormir. nao sei qual era a musica, eu nunca fui uma grande fa da banda. mas cantarolava. e dai comecei a pensar em uma porcao de coisas que a tal da musica me lembrava.
lembrei de quando era pirralha, os guris tavam no auge da adolescencia e ouviam a todo o volume o LP que tinham ganhado de natal, quando o pai e a mae nao tavam em casa. e de como eu olhava pros manos e queria ser "que nem eles quando eu crescer", e talvez fosse por isso que eu cantava a plenos pulmoes alguma coisa que na epoca eu imaginava ser a letra de don't cry.
depois eu cresci. mas definitivamente nao era que nem eles. lembrei da minha pseudo-adolescencia, ou adolescencia-pre, na epoca do violino. a gurizada de ivoti fazia sweet child o'mine orquestrado nos encontros suzuki e afins. lembrei daquele curso em 2003 e das coisas que, mais uma vez, aconteceram nele.
um pouco mais tarde veio a ilha do mel (os guris do quarto da frente ouviam guns todas as noites), e tudo o que aquela semana bizarra significou na minha vida. lembrei das coisas boas que eu descobri e das coisas ruins. que eu nao quero esquecer, porque apesar de tudo elas me ensinaram muito. muito mesmo. os primordios de uma brigitte querendo me gritar que existia, embora na epoca eu ainda nao acreditasse muito nisso. lembrei de toda essa epoca, de todas as lagrimas escondidas e dos zilhoes de perguntas na minha cabeca. e das respostas que eu nao queria ouvir. do medo, da raiva e de tudo o que veio depois. e de como tudo isso me parece hoje tao distante. e de como, apesar de distante, isso tudo ainda eh parte de mim.
dai eu cresci mais um pouco. fui parar em porto alegre, nas sinucas da cidade baixa onde sempre toca aquele dvd com o clipe de november rain. e sempre que ele toca eu lembro de tudo isso que acabei de falar. lembrei da galerinha da fabico, das polentas de queijo, das respiradas bem fundo, das cervejas a mais e do queixo tremendo toda a vez que a juliette aparecia. e como ela aparecia nas sinucas da cidade baixa!
e dai percebi que mesmo que eu nunca tenha comprado um unico cd do guns e nunca tenha pensado "booooh, eles sao muitoafude", as musicas sempre estiveram ali. e me toquei que essa banda que eu nunca escolhi ouvir, essa que eu so ouvia porque era o que tava tocando, numa coisa meio "se nao tem tu vai tu mesmo", essa banda da qual eu nao sei mais do que o nome de 3 musicas de repente teve uma certa importancia na minha vida. querendo eu ou nao. e eu posso dizer que nao conta, posso dizer que foi tao pequena que chega a ser irrelevante, mas teve. nem que seja so assim, de cantinho, pra me provocar um sorriso nostalgico enquanto o sono nao vem. e quem sabe uma pontinha de saudade que eu insisto em nao admitir.
meu queixo anda tremendo bastante ultimamente.