terça-feira, 26 de maio de 2009

De normalidade e coisas afins.

Tava lendo esse post da Cacá, em que ela fala, entre outros, sobre ser "normal" e dar importância a opiniões alheias...
Sei lá essa coisa de "normal". Eu fiquei pensando no mundinho em que eu vivo. Eu olho pros lados e uns 80% dos meus amigos, pelo menos, são: ou cults, ou nerds, ou revoltados, ou junkies, ou pseudo-intelectualóides ou tudo isso junto. E eu gosto muito deles. Mas o que rola parece que é uma pressão pra ser, justamente, A-normal.
Mas eu tenho uma confissão a fazer. Aliás, várias: Eu não odeio a humanidade. Eu quero casar e ter filhos. Eu adoro filmes da Disney e choro comédia romântica. Eu sou contra a legalização do aborto. Eu absolutamente não tenho saco pra política. Eu gosto de samba-rock. Eu nunca vi star wars. Minha obra literária preferida é Harry Potter. AND SO, WHAT?
Já tive que ouvir alguém dizendo que não achava que eu fosse fútil, mas achava que eu me esforçava pra parecer. Fútil o caralho. Porque não acredito que o meu conteúdo seja medido pelos filmes alternativos que eu (não) vejo, nem pela minha (falta de) revolta com as idéias de moral ou ética. Também não acho que meus conceitos sobre família, religião e responsabilidade interfiram nos meus conceitos de hedonismo, sexo e procrastinação. E não é porque eu tenho visões completamente diferentes a respeito de um e outro que eu não seja uma pessoa coerente, ou que a versão que considera os conceitos de boa moça seja mais presente ou mais ausente na minha vida do que a versão que considera os conceitos menina má.
Pra mim, a coisa mais incoerente que existe são as pessoas que fazem questão de se dizerem pós-modernas falarem que alguém é retrógrado. Porque se a idéia é aceitar as diferenças, faria um certo sentido aceitar que algumas pessoas gostam de fazer coisas convencionais de vez em quando. Essa é a diferença delas. E que elas podem ser felizes assim. E que, inclusive, não tem nada de errado em ser feliz de vez em quando.
Eu, por exemplo, tou tri feliz com a coleção do Harry Potter que eu acabei de comprar só pra ter na estante do meu quarto. E foda-se quem me tirar pra cria da indústria cultural.